21 de dez. de 2015 | By: @igorpensar

O Natal é uma Festa Cristã

O natal é uma celebração cristã. Simples assim. O natal não tem qualquer relação com o paganismo ou com o secularismo. Não é um festa de devotos ao deus sol e tampouco dos devotos ao deus mercado. O natal sempre foi e sempre será uma celebração tradicional cristã cujo significado é simples: nasceu Jesus, e Ele é o Filho de Deus e o Messias (Cristo).

Quais os desdobramentos de tal afirmação? Deus não entregou o mundo à escuridão, confusão ou à melancolia. Significa que apesar de duras contradições e sofrimento, dos quais somos em grande medida responsáveis, tudo pode assumir significado novo desde o dia que o menino judeu envolto em panos apareceu no mundo.

Ele não era somente divindade, por isso, se revestiu da humanidade que salvaria. Também não podia ser só humanidade pois somente a divindade poderia salvá-la. Cristo é portador do mais escandaloso paradoxo: divindade e humanidade em harmonia, como dizia a antiga Fórmula Calcedônia: "Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que nós reconhecemos como existente em duas naturezas, sem confusão, sem mutação e sem divisão."

Deus salva o mundo no paradoxo da encarnação. Nada surpreendente se pensarmos que Deus opera por uma lógica que lhe é peculiar. A lógica divina está mais pra quântica do que para o binarismo de nossa frágil inteligência. Deus não é ilógico, é que ele opera por uma razão que tem critérios próprios.

C.S. Lewis chamou a atenção para esta tensão 'racional' do evento natalino, ao afirmar que a encarnação do Verbo "não é transparente à razão: nós não poderíamos tê-la inventado. Ela não tem a lucidez apriorística suspeita do panteísmo ou da física newtoniana. [...] Se uma mensagem qualquer oriunda das profundezas da realidade quisesse nos atingir, é de esperar que encontrássemos nela essa imprevisibilidade, essa anfractuosidade obstinada e extraordinária que encontramos na fé por nós, e de fato, nem para nós, e que nos é arremessada contra o rosto." (O Problema do Sofrimento).

Definitivamente nenhum ser humano poderia "inventar" a narrativa e o evento natalino, ele vai de encontro a nossa obstinação polarizada entre o misticismo ou o materialismo. A encarnação consegue conciliar transcendência e imanência, céu e terra na pessoa de Jesus Cristo, em um único evento.

Enfim, o natal significa que cristãos insistem em lembrar, ou deveriam fazê-lo, ano após ano, durante milênios que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós". Anunciamos e lembramos que Deus se intrometeu em nosso mundo, história e realidade, para inaugurar um novo mundo, uma nova história e uma nova realidade em Jesus. Por isso, o natal não é uma festa pagã de maneira alguma. É uma festa radical, típica e fundamentalmente cristã.

Celebremos com a santa mulher, Maria, mãe de Jesus, que cantou após o menino saltar em seu ventre: "A minha alma engradece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!".

Desejo a todos um excelente natal cristão!

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