15 de dez. de 2014 | By: @igorpensar

3º Domingo de Advento

Se há um Deus, Ele deveria em algum sentido ser surpreendente. Surpresa em relação às nossas expectativas sobre quem e como Ele deveria ser. Um Deus previsível enquadrado em cálculos não é "Deus", é fruto de afetos, paixões, uma ilusão. Percebo na narrativa judaico-cristã, que encontramos na Bíblia, um Deus cheio de "extravagâncias" em suas aparições, sempre surpreendendo, sempre curto-circuitando expectativas ilusórias sobres quem Ele é. Abraão tem filho na velhice, Moisés não entra na terra prometida, Davi concebe um sucessor de uma mulher tomada de um pecado, um profeta que lamenta, uma mulher simples pra dar a luz ao Salvador do mundo, e quando se faz gente entre nós, o faz no corpo frágil de um judeu da Galiléia, na periferia da periferia. Parece que há um humor nestes dramas, uma forma que nos parece "bizarra" e "estranha" de se revelar. Mas é isto mesmo, este "elemento surpresa" nas aparições de Deus é precisamente uma das evidências de sua autenticidade. Um Deus previsível não seria Deus, mas pura projeção. O Natal é isso, uma história estranha, por isso, tipicamente divina: Deus se fez carne e habitou entre nós, nascendo de uma jovem virgem. ‪#‎advento‬ ‪#‎natal‬

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