16 de mai. de 2014 | By: @igorpensar

Curtíssima: a cruz e ação política

Tem uma dimensão política na cruz que é uma antítese a muita forma de se agir politicamente. A cruz é uma passividade ativa. Não é inércia, é de uma reatividade silenciosa. O crucificado não é um agente revolucionário, cuja plataforma é a violência militante. Ao contrário, os poderes o estão violentando na cruz. Todos os poderes temporais e espirituais estão despedaçando sua carne na cruz.

A violência que incidiu sobre Cristo é o que todas as pessoas querem fazer com Deus. Quando violento o outro, violo uma alusão ao Criador. No horizonte da experiência temporal, o ser humano é o que temos de mais próximo de Deus. Com a encarnação do Verbo, isto se radicaliza, o próprio Deus está entre nós em Cristo. Neste momento, nossas pulsões deicidas vão à última potência e massacramos o filho de Deus com requintes de crueldade.

Quem venceu? O crucificado venceu! Pois em sua aparente passividade, que em nada correspondia às expectativas revolucionárias dos zelotes, triunfava sobre seus algozes. Assim, tomava a chave da morte e do inferno. Triunfava sobre os que alegavam ter poder sobre a vida e a morte (característica do império romano). Não era uma revolução, era juízo e redenção. Deus estava vencendo e amando seus inimigos. E é precisamente este triunfo do amor que deveria estar no centro de nossas ações políticas.

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