Por Igor Miguel
Olhar pra cruz é ver a morte afligindo a alma mais pura, o ser mais indigno de seus açoites e seus medos. A morte não podia ter acometido o Verbo, caiu em uma grande armadilha divina, foi fisgada pela vida. O triunfo de Cristo a capturou, Jesus agora tem a chave da morte e do Hades.
A ressurreição é o retorno do segundo Adão dos lugares mais sombrios, dos calafrios e arrepios mórbidos. Jesus como Adão, confundido com o jardineiro, assume o cuidado que foi comissionado ao primeiro homem. O segundo Adão é cheio de plenitude, o homem perfeito, dele procedem vitalidade e graça. Impossível ser verdadeiramente humano fora da humanidade de Cristo. Impossível ser totalmente redimido fora de sua divindade.
Ele tinha que ser Deus, pois homem não salva homem. Mas o Deus que se fez homem poderia fazê-lo. E o fez eficazmente. Cristo é a exibição pública da face de Deus. Quando se olha para Cristo, o Espírito da vida é derramado no coração. Antes temeroso pela morte, agora vive pelo sorriso e o consolo, sente um aroma de eternidade e prova o sabor da árvore da vida.
Fora de Cristo só resta morte, pavores, temores e cheiro de enterro. Em Cristo encontra-se vitalidade, flores que desabrocham, cânticos harmônicos e a ardente esperança. A esperança é que se alguém morre na semelhança da morte de Cristo, também revive na semelhança de sua ressurreição.
Depois que Cristo venceu a morte e a ameaça do tempo, a história curvou-se diante da eternidade.
"A morte foi tragada pela vitória." (Apóstolo Paulo)
Soli Deo Gloria!
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