28 de jul. de 2012 | By: @igorpensar

Guerra!

Um trecho que sacode os fundamentos de nossa acomodação espiritual.

Mais uma vez, pr. John Piper, pela graça do evangelho, nos convida a uma guerra explícita contra o pecado.  Vamos guerrear!

Discuta ideias, não pessoas!

"Grandes mentes discutem ideias,
mentes medianas discutem eventos,
mentes pequenas discutem pessoas."
Eleanor Roosevelt

22 de jul. de 2012 | By: @igorpensar

Cristo é a fonte da santificação

Por Igor Miguel

Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,  nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graçasCuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;  porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. (Cl 2:6-9)
Uma das inquietações mais comuns entre cristãos que querem viver Cristo é sobre como desfrutar de uma vida santa.  Um cristão realmente regenerado e justificado pela fé se interessa por respostas reais e recursos para viver a liberdade de uma vida dedicada a Deus.  Enquanto para muitos, os mandamentos de Deus podem parecer penosos, para um cristão verdadeiro há um interesse profundo em desfrutar de uma vida plena sob a "lei da liberdade" (Tg 1:25 e 2:12), que é a "lei de Cristo" (I Co 9:12).

Porém, devemos localizar a santificação dentro do que chamamos de doutrina da salvação.  Gosto do conceito cristão clássico-reformado de ordo salutis (ordem da salvação).  Um recurso didático-teológico que nos ajuda a entender como a salvação opera, e como ela envolve vários processos internos, que basicamente são:

1. Eleição/Chamamento
2. Regeneração ou novo-nascimento;
3. Conversão: arrependimento e fé;
4. Justificação (imputação da justiça de Cristo no pecador);
5. Santificação;
6. Glorificação.

Tais aspectos não devem ser entendidos, necessariamente, em ordem cronológica ou períodos estanques isolados uns dos outros, mas como um movimento complexo e interdependente entre suas partes.  Tendo isto em mente, é importante mencionar que uma peculiaridade da doutrina reformada é que ela coloca a regeneração como um aspecto básico (pré-requisito) para a conversão.  Este é um detalhe importante, pois outras correntes cristãs consideram a regeneração (novo nascimento) como resultado da fé e do arrependimento, enquanto a perspectiva reformada propõe exatamente o contrário.

A tradição reformada parece ser a mais compatível com a doutrina apostólica na compreensão da regeneração.  Afinal, não é possível se arrepender e ter fé enquanto se está espiritualmente morto.  Como é possível algum tipo de consciência sobre o pecado e a justiça de Deus sem que primeiro o indivíduo liberte-se da inconsciência causada por sua alienação de Deus?  Por isso, Paulo, em Efésios 2:1, atesta que 'Deus primeiro nos deu vida quando estávamos mortos em nossos pecados'.  Sem esta "nova vida" (a regeneração) não é possível se "arrepender" ou "crer".  Só se tem consciência de que se estava "morto em delitos e pecados" quando se sai da "tumba".  Sem esta consciência do pecado e da morte não é possível arrependimento e fé no sacrifício substitutivo de Cristo.  Logo, a regeneração é um pré-requisito para o arrependimento pelos pecados e consequentemente a fé em Cristo.

Com a regeneração (nascer da vontade de Deus - João 1:1 e seg.), que é quando nos tornamos filhos de Deus (adoção), nos arrependemos conscientemente  e recebemos o dom da fé para lançarmos nossa irrestrita confiança na perfeita obra de Cristo.   Uma vez que confiamos e abraçamos tudo que Jesus fez e assumimos que a obra na cruz foi suficiente e é verdadeira, Deus o Pai, nos atribui a justiça de Cristo, ou na linguagem bíblica, nos "imputa" a justiça dele.  
Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios,  sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.  (Gl 2:15-16).
Uma vez justificados e unidos com Jesus pela fé, desfrutamos de sua graça de forma constante.   O Espírito Santo que nos é comunicado por meio desta relação, desta união com Cristo, é o grande despenseiro desta graça.  Os teólogos chamariam esta unidade entre o cristão e Cristo de "união mística".   Seu significado é que ao se crer em Jesus, pelo Espírito Santo, a retidão e santidade dele é comunicada ao pecador, que tem, em contrapartida, sua condição pecaminosa, agora, atribuída a Cristo, no seu sacrifício substitutivo (propiciação).

Da união com Cristo, além da obra justificadora, dá-se início o processo de santificaçãoA santificação é a obra do Espírito Santo que progressivamente, de "glória em glória" (II Co 3:18), conforma o homem justificado à semelhança de Jesus. Aqui chegamos a um ponto central:
Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.  (I Co 6:11)
Há cristãos que vivem em constante tensão, pois acabam sendo tentados a achar que conseguem se santificar como se tivessem força ou recursos próprios para isto.  Mas, na verdade, esta dedicação a Deus de uma vida cada vez mais livre do pecado, que é a santificação, depende de uma única fonte: Jesus Cristo.

A proposta desta reflexão é reafirmar de forma clara que não existe santificação fora de Jesus e sua suficiência.  Não existe poder para uma vida indissolúvel e íntegra fora da constante união com Cristo.  Ele é a fonte inesgotável (I Co 10:4), ele é o pão que desceu do céu (Jo 6:51), ele tem a água que mata a sede (Jo 4:10), ele é a videira verdadeira (Jo 15) e assim por diante. 

Não há autêntica santificação sem renovada fé em Cristo (At 26:18).  Já dizia o apóstolo: é de "fé em fé" (Rm 1:17).  Por este motivo, cristãos devem frequentemente renovar sua fé em Jesus, eles devem reavivar sua lembrança e refrescar sua existência (renovação da mente - Rm 1:1-2) a respeito do que Jesus fez, quem Ele é, e o motivo de se ligar a ele.  A fé em Jesus é uma constante afirmação, uma renovação credal, de que estamos ligados, radicados e edificados nele (Cl 2:7).  Só há santidade, se Cristo mesmo for a causa e o combustível para tal santificação.
"Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim" (Jo 15:16)
Temos recursos na graça que de Jesus procede pelo Espírito para que sejamos santificados.   Cristo por meio do Espírito Santo opera e testemunha em nós.  "Cristo em vós",  já dizia Paulo, a "esperança da glória" (Cl 1:27).  A fé em Cristo é correspondida com recursos e dádivas para darmos prosseguimento.  Para este fim, devemos nos expor mediante a fé aos meios de graça pelos quais desfrutamos mais de Cristo, eles são: a Palavra, o sacramento da ceia, a vida comunitária, a oração, a adoração e tantos outro recursos disponíveis pelo Espírito Santo.

Finalmente, receba este convite de ser como uma "árvore plantada junto a ribeiros" (Sl 1:3; Jr 17:8).  Cristo é fonte de nossa constante nutrição.  Distanciar-se dele, deixar de pensar e viver nele, é cair em uma rotina mórbida, de secura e aridez espirituais.  Você pode falar muitas coisas sobre a Bíblia e religião, mas não passará de um tagarela hipócrita, sem nunca desfrutar da vitalidade e da nova vida que Jesus oferece.
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.  Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.  E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. (Jo 17:17-19)
21 de jul. de 2012 | By: @igorpensar

O Futuro Evangélico Reformado

A revista Times já havia identificado o novo-calvinismo como um despertamento na espiritualidade cristã americana e global que mudaria o perfil do cristianismo evangélico pelos próximos séculos.  Muitos evangélicos cansados do neo-pentecostalismo e dos abusos operados em nome de uma fé superficial e antropocêntrica, redescobriram sua fé em Cristo a partir da densa teologia, da afirmação da centralidade e do senhorio de Jesus a partir do evangelho.  Isto se deu, principalmente, pela longa e discreta tradição reformada.   Esta é uma matéria que prospecta o futuro do movimento e claro faz uma crítica interna (o que é uma virtude), a respeito de erros a serem evitados.

Clique no link abaixo para ler na íntegra:

Doutrina de Vida não de Língua

 Por João Calvino (1509-1564), reformador genebrino.

"Pois este [o evangelho] não é doutrina de língua, mas de vida, e não se aprende unicamente com o intelecto  e a memória, como as outras disciplinas, mas, quando recebida, possui afinal toda alma e encontra sede e receptáculo no mais profundo do coração. [...] Concedemos prioridade à doutrina em que se apoia nossa religião, visto que dela advém nossa salvação.  Entretanto, é necessário que a doutrina penetre em nosso peito e chegue a nossos costumes, e de tal modo nos transforme que não nos seja infrutífera. [...] Evangelho cuja eficácia deveria penetrar nos afetos mais íntimos do coração, cem vezes mais do que as frias advertências dos filósofos, e assentar-se na alma e afetar o homem em sua totalidade." 

Fonte:  Institutas da Religião Cristã, Livro III, cap. VI, 4.
13 de jul. de 2012 | By: @igorpensar

A Mulher Sírio-Fenícia


Jesus vai ao território estrangeiro da Fenícia.  Nesta região, uma mulher estrangeira, de origem sírio-fenícia, cananeia, solicita de Jesus a libertação de sua filha possessa de um espírito imundo.  Jesus deixa claro que ele veio para os israelitas, mesmo sob tal impedimento, a mulher solicita de Cristo que ela não precisa do "pão", mas apenas das "migalhas".  Jesus comove-se com a fé da mulher e neste evento emerge um tema importante em todo Novo Testamento: a participação de não-judeus na Nova Aliança que Cristo inaugurou em seu sangue.  Uma nova comunidade emerge de Jesus, uma nova cidade, onde não há qualquer distinção étnica, social ou sexual, todos, formam uma família de filhos de Abraão mediante a "semente" da promessa, que é Jesus.

6 de jul. de 2012 | By: @igorpensar

Hipocrisia e Providência


Jesus e os discípulos entram no barco após a multiplicação dos pães.  Os discípulos constatam que não trouxeram pão ao barco.  Imediatamente, Jesus lhes interpela dizendo que deveriam se acautelar do "fermento dos fariseus".  O leitor, imediatamente levanta a pergunta: -- Mas o que é isto?  Após, uma leitura cuidadosa, ver-se-á que Jesus está ensinando diretamente sobre a hipocrisia religiosa, que é um tipo de ansiedade, um tipo de "máscara.  A incredulidade é uma negação da graça de Deus, o único meio pelo qual os homens deveriam viver.  Cristo é a provisão divina, o pão que desceu do céu.  O sinal de que não há dignidade fora dele.   Jesus é a melhor resposta para nossas pretensões legalistas e nossa tentativa de sermos aceitos na presença de Deus, sem que sua graça nos dirija para este fim.