16 de jun. de 2010 | By: @igorpensar

Problemas com acentuação GMail

Muita gente, depois de ter instalado o Ubuntu 10.04 reclamou de um problema de acentuação no GMAIL (circunflexo, cedilha, acento agudo, grave, etc.). Um problema que ocorre de forma intermitente, principalmente com usuários cujo teclado não é ABNT, mas usam o formato EUA Internacional alternativo (antigo us_intl) ou similares.

O que já está confirmado? O problema só acontece no GMAIL rodando no Firefox. Tanto que no Google Chrome o problema não ocorre. O "bug" parece não ocorrer em outras plataformas de webmail (hotmail, yahoo, etc...).

A solução que circula na net é "selecionar língua portuguesa" porém, há uma forma mais rápida descoberta por meu amigo @erikebenavraham.

Não existe uma solução imediata (até hoje 16/06). Mas, a solução temporária para o problema é irritantemente simples. Quando digitar alguma acentuação e ela não aparecer, aperte unicamente e simplesmente a tecla "SHIFT". Pronto, tudo funciona normalmente.

Abraços!

Judeus apóio! Judeus crentes...

Por Igor Miguel

Postei por aqui as pretensões do movimento sionista-judaico seria impossível sem o apoio cultural-religioso do sionismo cristão (o apoio cristão ao direito dos judeus a terra de Israel). Este sionismo cristão, como expomos, tem raízes no israelismo anglo-saxão, que por sua vez deriva da interpretação bíblica literalista do calvinismo e seus desdobramentos na Inglaterra.

Aqui no Brasil, o "sionismo cristão" se traduz no apoio espiritualizante e as vezes "exotista", claramente percebido pelas viagens em massa para Israel. Que deve ser reconhecido como uma proeza, que trouxe muitos benefícios para Israel, ao ponto de se ter voos diretos para Tel-Aviv procedentes de São Paulo.

Daniel Juster em seu site já demonstrou que as vezes o "sionismo cristão" envolve algum tipo de "vista grossa" a respeito de judeus que reconhecem Jesus como Messias em Israel, por questões políticas.

Como existe um pressão religiosa muito forte na política israelense. Muitas vezes a percepção política israelense é de oposição aos denominados judeus-messiânicos (judeus que percebem Jesus como Messias) em Israel. Diversas instituições cristãs de apoio a Israel, cujos nomes me reservo mencionar, possuem edificações em Israel e por isso são omissas em relação a estes irmãos judeus. Em outras palavras, para terem privilégios políticos em Israel, estas instituições ignoram completamente estes judeus-crentes.

O pior é que estas instituições mediam viagens turísticas a Israel sob contrato em background que impede qualquer contato de seus turistas com judeus que creem em Jesus, que nos termos preconceituosos destes tratados políticos, referem-se a estes como "missionários" (terminologia carregada de sentido negativo no contexto judaico-israelense).

Aqui no Brasil, existem grandes denominações evangélicas, que fazem viagens a Israel por meio destas instituições e quando cristãos brasileiros chegam em Israel, mesmo que queiram, são completamente desinformados a respeito da presença, por exemplo, de mais de 70 congregações de judeus-messiânicos só em Jerusalém.

Neste sentido, uma agenda equilibradamente "cristã-sionista" deveria abranger prioritariamente o apoio a estes crentes. Naturalmente, isto será interpretado, como já é, como uma agenda missionária oculta. Porém, acima de qualquer interpretação israelense do fato, sabe-se que qualquer cristão deve ter compromisso prioritário com os irmãos na fé, quanto mais estes judeus que lutam por sustentar a compatibilidade de sua fé em Jesus com sua identidade judaico-israelense e o direito mínimo de serem cidadão israelenses. Direito, que vem sendo garantido graças a iniciativas do próprio movimento, o apoio de alguns seguimentos cristãos conscientes e de judeus-seculares.
15 de jun. de 2010 | By: @igorpensar

Sabedoria: habilidade integradora

Estarei palestrando junto com os amigos Guilherme Carvalho, Rodolfo Amorim e o convidado Jack McGregor na III Conferência L'Abri Brasil. Que acontecerá nos dias 23-27 de julho.

Segue abaixo uma sinopse do tema que abordarei na ocasião. Participe!

Sabedoria: uma habilidade integradora da realidade.

Conforme o pressuposto neocalvinista, principalmente a crítica epistemológica desenvolvida por Herman Dooyeweerd, a realidade não pode ser reduzida a nenhum de seus aspectos criacionais. A admissão do senhorio absoluto de Cristo sobre o todo da vida é a admissão de que a experiência humana, que passa pelo "coração", deve ser integradora. O que significa uma negação radical a qualquer tipo de reducionismo. Neste sentido, é insustentável o racionalismo, o materialismo, o cientificismo, o psicologismo ou absolutizações similares. Por isso, esta palestra pretende chamar a atenção para o conceito judaico-cristão de sabedoria (hb. hokhmah), que sem dúvida não pode ser confundido com o conceito popular de conhecimento enciclopédico ou mesmo com o cogitas cartesiano. A sabedoria é um tipo de habilidade com fundamento teísta que integra as mais diversas experiências, como as de natureza tácitas, analíticas, afetivas, sociais, cosmonômicas, para um viver integral. A sabedoria é um saber viver, uma vida orientada pelo temor a Deus, daí a predileção das primeiras comunidades cristãs-reformadas por livros bíblicos como os de provérbios.


10 de jun. de 2010 | By: @igorpensar

Prosperidade sem Evangelho

Veja este vídeo...

O evangelho da prosperidade from iPródigo on Vimeo.

Agora leia este apelo...

Deixe-me deixar claro o que é a "teologia" o "evangelho" da prosperidade. Paganismo! Idolatria! Tirania religiosa! E todo tipo de adjetivos que possam traduzir o uso instrumental de "Deus" e "Jesus" que esta horda de falsos-pastores fazem dEle. A teologia da prosperidade é a linguagem do inferno, é o mecanismo de redução do evangelho à lógica mais perversa, é a própria reconstituição da Divina Comédia. A Igreja Universal do Reino de Deus, A Igreja da Graça, A Igreja Mundial do Poder de Deus, os cultos de prosperidade de Igreja Históricas, Neo-Pentecostais, Renovadas, Carismáticas ou qualquer outra, que estão permeadas deste neo-paganismo travestido do jargão cristão. E afirmo! Isto não é evangelho, não é cristianismo, não envolve Cristo, não envolve arrependimento, ressurreição, graça ou obediência. É a própria alienação! Escravidão absoluta! Prosperidade sem teologia e sem evangelho.

Se você frequenta algum templo dito "Evangélico" cujo discurso gira em torno de uma lógica sombria de barganhas religiosas, de triunfalismos e guerras imaginárias que giram em torno do seu bem estar. Se você tem algum compromisso com a cruz de Cristo, com o evangelho que levou o Filho de Deus para a morte mais vulgar e mais terrível que possa ser descrita. Se você quer ser salvo de sua condição deplorável, de sua mesquinhez, egoísmo, sucesso pessoal, idolatria financeira, curve-se diante de Cristo e arrependa-se radicalmente de todos os seus pecados!

Se você ainda não ouviu o som da pedra à porta do túmulo ruindo. Se você ainda não ouviu o último suspiro. Se ainda não sentiu o cheiro de enxofre e os berros do terror que acometem os idólatras e pecadores. Se ainda não entende a radicalidade do que estou dizendo aqui, mas reconhece o mal cheiro de suas próprias obras. Curva-te! Arrependa-te! Humilha-te! E reconheça o absoluto senhorio de Cristo sobre sua vida! E que todos os filhos de Deus, os eleitos, as ovelhas que conhecem a voz de Seu Pastor, saiam destes templos do consumo, do culto ao ego caído, da adoração ao ídolo da avareza, e tomem a cruz do Mestre e levem-na até as últimas consequências em um retorno radical às Escrituras Sagradas e o evangelho ali contido!

Igor Miguel, um pecador arrependido.

Coloque sua confissão aí embaixo, seu desabafo, vamos compartilhar juntos nosso arrependimento...

7 de jun. de 2010 | By: @igorpensar

Dooyeweerd: primeiros passos.

Por Igor Miguel

Revisão 1.0: 09/06/10

Li em 3 dias a versão em português de Twilight of the Western Thought (No Crepúsculo do Pensamento) de Herman Dooyeweerd, traduzido por meus amigos Guilherme Carvalho e Rodolfo Amorim. Na verdade quando comecei, não consegui parar de ler. Motivo? Há mais de 5 anos ando preocupado pela falta de uma referência epistemológica que não estivesse sobre o encanto de uma pretensa neutralidade religiosa da ciência e/ou que fosse reducionista. Dooyeweerd trouxe muita luz neste sentido.

Antes, já vinha tendo algum contato com Dooyeweerd. Primeiro por meu amigo André Tavares, depois em algumas palestras no L'Abri Brasil, textos introdutórios como os publicados no livro Cosmovisão Cristã e Transformação Integral e os textos publicados pela AKET. Não obstante, a leitura de há uns 7 anos atrás, depois por alguns textos em inglês, por palestras em
No Crepúsculo foi definitiva no que tange as minhas prévias e excelentes impressões a respeito da crítica transcendental de Dooyeweerd.

Na verdade, minha leitura de
A New Critique of the Theoretical Thought [cap. I e II e cap. III e IV], a obra da vida de Dooyeweerd, ficou muito melhor. Isto se deve ao fato de que o filósofo holandês se preocupou em sistematizar de forma didática os principais conceitos que trabalha já frontalmente no New Critique. Sem No Crepúsculo, realmente não dá para fazer uma leitura do New Critique. Para dar um exemplo bem simples, vejamos um trecho introdutório do New Critique que traduzo:
Se eu considero a realidade como esta é dada na experiência ordinária pré-teórica, confrontando-a com uma análise teórica, através da qual a realidade aparece dividir-se em vários aspectos modais, então a primeira coisa que me confronta é a indissolúvel inter-relação original entre estes aspectos que são, em um primeiro momento, explicitamente distinguidos na atitude teórica da mente.[1]
Finalmente, posso entender com muito mais profundidade trechos como esse. Vamos interpretá-lo então:

O que Dooyeweerd está dizendo neste trecho é que nós homens, quando olhamos para a realidade ao nosso redor, de forma pré-teórica, ou seja, sem a sofisticação do pensamento racional -- sem as pretensas regras da lógica ou qualquer outro método de apreensão da realidade -- a vemos de forma integrada, como um todo. Em outras palavras, quando olhamos para os fenômenos que estão diante de nós de forma corriqueira, como quando olhamos uma flor, os vemos sem as pretensões da ciência, observamos o fenômeno simplesmente "como" ele aparece para nós. Com o substrato de dados recolhidos desta observação ordinária, podemos analisá-los teoricamente a partir do pensamento crítico. Dessa forma, partimos para uma abstração intencional, analítica e lógica, valendo-se das funções lógicas de comparação, classificação, descrição, etc.

A análise teórica é um recorte, uma delimitação de determinado aspecto da realidade. Ao fazermos uma análise teórica de qualquer fenômeno, nos deparamos com um problema. Na tentativa de separar os vários aspectos com que estes fenômenos nos apresentam, percebemos que estes aspectos estão interconectados, interdependentes, o que perturba qualquer pretensão das ciências especiais de restringirem seu "objeto" ou "fenômeno" científico a determinados aspectos.

Ou seja, o reducionismo é uma resposta parcial a uma contradição constante às ciências especiais ou a qualquer tentativa de isolamento teórico. Este paradoxo é a inter-relação e inter-dependência entre os aspectos modais[2], que deveriam ser traduzidos em transdisciplinaridade quando se abstrai determinados fenômenos.

Porém, a palavra-chave na citação de Dooyeweerd é o termo "original". Originalmente, antes de qualquer tentativa de racionalização ou análise teórica, os fenômenos e seus aspectos estão lá integrados, distintos por alguns atributos, mas ainda assim amarrados uns aos outros por seus aspectos físicos, químicos, biológicos, estéticos e assim por diante. O que significa que um epistemologia não reducionista, deveria fazer seus recortes epistemológicos, consciente de que os aspectos estudados estão intricados em uma malha complexa com outros aspectos de uma dada realidade.

Mais tarde em seus escritos, este fundamento original, este
archê, princípio, será aprofundado e chegar-se-á em um aspecto supra-teórico, que é sempre um motivo religioso.

Não é bacana? Pois é! Estas podem ser as primeiras palavras para o desenvolvimento de uma epistemologia finalmente reformada. Que incrível!
________________
[1] A New Critique of the Theoretical Thought, p.4.
[2] Aspectos Modais: Em Dooyeweerd o termo "modal" é uma referência ao "como" e não ao "que". Ou seja, de que modo, ou como, determinadas coisas são apreendidas pelos sujeitos que as abordam. O pensamento teórico lida com o "como" e não com o "que". Neste aspecto Dooyeweerd parece ter algum dependência da ontologia neo-kantiana de Heidegger.

Upgraded! Creio, logo penso.

Por Igor Miguel

Você se considera uma pessoa upgraded? Uma pessoa upgraded, desculpe-me pelo estrangeirismo inevitável, é uma referência a uma pessoa "atualizada", "antenada", pode-se dizer, "conectada", com as últimas tendências, notícias, fenômenos culturais, problemas climáticos, uma pessoa globalizada ou mesmo, regionalizada.

Por causa da TV, Internet e das ferramentas de fluxo de informação em tempo real como blogs e micro-blogs, é possível manter-se antenado e atualizado a respeito de diversas notícias e novidades culturais.


De fato, o capital-financeiro, vem migrando para o capital-cultural, alguns diriam, que há na verdade uma capitalização de bens-culturais. De qualquer forma, hoje dou mais valor para meus livros do que para a estética de meu apartamento, pode parecer reducionismo mas não é. Apenas me torno um crescente dependente de mecanismos que me mantenham upgraded. Como teólogo ou mesmo educador, para mim é impossível viver off-line ou unpluged (desconectado) das últimas notícias e descobertas científicas.

As ansiedades de uma pessoa upgraded ou que tenta ser (como eu):
  • O desconforto de que algo está acontecendo agora que você ainda não sabe;
  • O desconforto de saber que você ainda não conhece alguma fonte que te levaria a esta informação;
  • O desconforto de, as vezes, não ter as informações que te levariam àquela informação.
Em suma, não alcançamos determinadas informações, pois usamos um mecanismo cognitivo necessário, que tende a eliminar dados irrelevantes daqueles relevantes à nossa visão de mundo. Só nos apropriamos de informações que são atraentes ao nosso repertório. Neste aspecto, a questão da linguagem é fundamental. Ao ler uma obra, um texto, ou acessar determinado conteúdo cultural, nos é exigido uma repertório semântico mínimo, para nos apropriarmos de seu código.

Isso significa que um pessoa upgraded precisa sempre atualizar seu repertório, acumulando mais ferramentas psicológicas ou psicoafetivas para avançar em sua compreensão. Algumas pessoas adicionariam um ponto a mais na listagem das "ansiedades", talvez, o limite de seu "disco rígido", de sua memória, porém, nosso cérebro não funciona desse jeito, ao contrário, ele é expansivo graças a Deus! Lembra do texto?
"Instrui o sábio e ele se tornará mais sábio." (Pv 9:9).
Infelizmente, nós que vivemos em uma terra em que durante muito tempo os "cultos" eram loucos e o "malandro" o virtuoso. Em terras brazilis têm-se o conhecer como algo que pode levar as pessoas a um tipo de estado de demência. Mas, já adianto que não!

Quando estudamos e procuramos entender a produção cultural da humanidade, nós cristão deveríamos fazê-lo sob um princípio supra-teórico (para usar os termos do jurista e filósofo holandês Herman Dooyeweerd), um princípio arquimediano (de archê em grego) que é nossa inclinação e visão religiosa, sem a qual não é possível ter um mínimo de coerência teórica, cai-se fatalmente no niilismo absoluto ou no reducionismo idólatra.

Minha compreensão filosófica e científica do mundo, passa acima de qualquer meta-narrativa, pois submete-se radicalmente em Deus. Honestidade intelectual é admitir que não dá para fazer ciência sob uma pretensa neutralidade religiosa. Já adianto, não vejo qualquer dicotomia entre minha espiritualidade e minha atuação cultural. Ao contrário, Deus me libertou de um cativeiro de ignorância e alienação, hoje consigo ler de kantianos à pós-estruturalistas e discernir o que cheira graça comum do que cheira enxofre.

Um cristão minimamente interessado em viver uma espiritualidade expansiva, integral, deveria se manter minimamente upgraded, se não em breve estará unpluged.